Yamaha YBR 125: o que saber antes de comprar a rival da Honda CG
A Yamaha YBR sempre foi a principal concorrente da Honda CG. Apesar de apresentar um número bem menor no número de emplacamentos, ela se destaca por oferecer confiabilidade e durabilidade, garantindo um desempenho equilibrado e ideal para motociclistas iniciantes ou experientes.
Com eficiência de combustível notável, 30 a 40 km/l, a YBR é uma opção econômica para os deslocamentos diários. Outra vantagem dela é a disponibilidade de peças e serviços técnicos, contribuindo para a popularidade dessa linha de motos.
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Lançada em 2000, a Yamaha YBR 125 chegou quebrando uma tradição dentro da própria marca. Tratava-se da primeira moto do diapasão com motor quatro tempos no Brasil.
A aposta foi tão assertiva que rapidamente a YBR se tornou a motocicleta mais vendida da Yamaha. Equipada com um motor refrigerado a ar de 12,5 cv a 8.000 rpm e 1,19 kgfm a 6.500 rpm, a Yamaha oferecia três versões da motocicleta: K, E e ED.
A Yamaha YBR 125 K ganhou esse nome por oferecer apenas a partida a pedal, onde a letra ‘K’ indica que o sistema é por meio do chute (kick). Já a YBR 125 E apresenta partida elétrica e a ED, “electric start disc”. Sistema de partida por botão e freio a disco na roda dianteira.
A primeira repaginada da YBR aconteceu em 2009, na ocasião foi adicionado a palavra “Factor” com o visual inspirado na Fazer 250. Um novo carburador e dois catalisadores também chegaram para atender às normas do Promot (controle de emissões de poluentes) e, consequentemente, reduzir a potência para 11,2 cv.
A injeção de ânimo chegou tarde, mas não falhou
Só depois de 17 anos de vida, a YBR 125 passou a ser injetada. Outra novidade foi a possibilidade de trabalhar com etanol ou gasolina, independentemente da proporção no tanque de 15,7 litros. Com a injeção, o motor passou a oferecer 11 cv e 1,16 kgfm e o consumo saltou dos 35 para os 40 km/l.
A maneabilidade e a ciclística da YBR são favoráveis graças a configuração de dois amortecedores traseiros equilibrados com garfo telescópico na dianteira. O conjunto é ideal para a utilização em áreas urbanas e rurais.
Os 125 cm³ de quatro tempo da Yamaha são muito resistentes, equipam também a on-off XTZ. Porém, vale se atentar que motos menores são mais sensíveis à quilometragem maiores. Por isso, sempre é interessante observar como elas foram colocadas à prova diariamente, pois são modelo voltado às frotas ou para atuarem em serviços de entrega.
Alguns propulsores menores talvez até consigam ultrapassar 100.000 km, desde que as manutenções preventivas e obrigatórias sejam feitas.
Problemas recorrentes da YBR
Nas versões equipadas com injeção, há relatos de possíveis apagões por conta de uma possível falha no sistema de inclinação que corta o combustível em eventuais acidentes. Em contrapartida, os modelos injetados são melhores para identificar possíveis problemas no conjunto.
Já nos modelos carburados é importante verificar a emissão de fumaça. Qualquer cor é ruim, mas em algumas ocasiões, a fumaça preta indica uma mistura muito rica do oxigênio com o combustível, detalhe que pode ser resolvido com uma regulagem ou limpeza do carburador.
Assim como a concorrente Honda CG, a YBR tem problemas conforme o uso de folgas no rolamento da roda traseira. Para resolver a situação é interessante colocar a moto no cavalete e verificar com as mãos se existe a folga. Caso positivo, é preciso trocar o rolamento. Há determinadas situações que um problema como esse possa danificar as rodas.
Outro ponto mencionado, que acontece com frequência nos modelos mais antigos, é a quebra do cabo do manete da embreagem e do acelerador. Em motores mais rodados também vale olhar se não há vazamento no retentor do acionador da embreagem e nas guarnições da tampa de válvula, ambos os casos foram relatados por consumidores e mecânicos.
Recalls da Yamaha YBR
Um recall que envolveu as motocicletas Factor YBR 125i, modelos 2017 e 2018, solicita a reconfiguração da unidade de controle eletrônico. De acordo com o anúncio de convocação, foi constatado que o sinal enviado pelo sensor de inclinação para a unidade de controle eletrônico, necessário no desligamento do motor em caso de queda, não estava sendo identificado pelo componente.
Por conta disso, em caso de queda da motocicleta, o motor não desligará automaticamente e, caso a motocicleta esteja engrenada, há o risco de a roda traseira continuar girando, podendo atingir tanto o condutor, como o passageiro ou terceiros.
Os chassis que foram atingidos pelo recall vão do 9C6RE2120H0000101 até 9C6RE2120J0019900.
Comprar ou não comprar, eis a questão?
A YBR é a melhor opção para fugir da moto mais roubada. Ou seja, se você não quer ser o principal alvo de furto e pretende ter um modelo similar ao da Honda, a YBR é uma boa opção. Agora, nem tudo são flores. A YBR conta com uma rede bem inferior à da Honda, são 1.100 concessionárias no Brasil, distribuídas por todas as regiões do país, contra 370 da Yamaha.
Outra diferença está na oferta e procura. Enquanto 14 milhões de CG foram fabricadas, a YBR atingiu um pouco mais de 2 milhões. Ou seja, o número de peças e de aceitação acaba sendo menor. Então não pense na YBR como moto para revender, mas sim para uso pessoal ou para trabalhar.
Por fim, não se esqueça que a velocidade máxima da 125 da Yamaha é de 115 km/h. A velocidade é abaixo das principais rodovias do estado de São Paulo. Com isso, é importante lembrar que o modelo é totalmente urbano.
Jornalista Automotivo