Ford Everest 2024: SUV da Ranger seria rival perfeito do Toyota SW4
O segmento de SUVs grandes derivados de picape hoje só tem um modelo com volume de vendas considerável no mercado nacional: o Toyota SW4. Nesse segmento temos ainda o Chevrolet Trailblazer, que acaba emplacando mais nas frotas policiais nesse Brasil afora. Mas, lá fora, existe o Ford Everest 2024, que poderia muito bem ser vendido por aqui.
Assim como o Toyota SW4 e Chevrolet Trailblazer, que derivam respectivamente da Hilux e S10, o Ford Everest também tem como base uma picape média, neste caso a nova geração da Ranger – que vem sendo sucesso de crítica e também conquistando seu espaço novamente. Em agosto, a caminhonete ficou pouco atrás da S10 nas vendas, sendo provável que conquiste a segunda posição quando fechar setembro.
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Com chassi e carroceria aprimorada, sem contar a tecnologia embarcada, conforto, isolamento acústico e o forte motor V6, a Ranger vem redefinindo o segmento e seu irmão SUV poderia repetir em alguma proporção essa fórmula do sucesso.
Será o Ford Everest 2024 o rival ideal para o SW4? O lançamento do modelo na América do Sul chegou a ser fortemente cogitado nos últimos anos, dentro do projeto de produção da nova geração da Ranger na Argentina. Sua chegada, porém, ainda é mantida sob forte segredo pela fabricante do oval azul.
Visual Ford Everest 2024
Visualmente, o Ford Everest traz tudo o que conhecemos da nova geração da Ranger. Até as portas dianteiras, afinal, estamos falando de um SUV derivado da picape. Os faróis tipo “C”, que contornam a grade frontal, também são os mesmos, assim como o capô mais reto e alto. As caixas de roda são bem demarcadas e o vinco que sai delas vai até as lanternas.
O que muda, obviamente, é o desenho das portas laterais traseiras em diante. Estas ficam maiores para o passageiro ter melhor acesso para a segunda e a terceira fileira de bancos. Assim como o Toyota SW4 e o Chevrolet Trailblazer, o Ford Everest tem sete lugares, algo essencial para tentar brigar num mercado que também tem o Jeep Commander e, em breve, o novo VW Tiguan como possíveis rivais.
Na traseira, o destaque são as lanternas horizontais bipartidas, que remetem a modelos da Stellantis (!), como Dodge Durango e até mesmo Jeep Grand Cherokee. É um design até mais comedido do que o restante do carro. Nas lanternas, há uma assinatura em faixas de LEDs na parte da tampa do porta-malas, ficando interligadas por um elemento plástico que carrega o nome Everest. Os para-choques trazem refletores nas extremidades, enquanto o acesso ao bagageiro é facilitado por conta da tampa mais comprida.
No mercado internacional, o Ford Everest é oferecido em quatro versões, que trazem rodas de diferentes tamanhos. São elas: Ambiente, com rodas de 17 polegadas; Trend, aro 18; Sport, com rodas aro 20 pintadas de preto; Platinum, a topo de linha, com um jogo de 21 polegadas e acabamento diamantado. Caso venha para o Brasil, espere pelas versões mais completas.
Ford Everest 2024 - Dimensões
Em relação às dimensões, o Ford Everest é mais comprido do que Toyota SW4 e Chevrolet Trailblazer, contando com 4.914 mm de comprimento, 1.923 mm de largura, 1.841 mm de altura e com 2.900 mm de entre-eixos. Para efeito de comparação, o SW4 tem 4.795 mm de comprimento, enquanto o Trailblazer tem 4.887 mm, respectivamente.
O SUV derivado da Ranger também se sai melhor na distância entre eixos , superando o SW4 em 155 mm e o Trailblazer em 55 mm, o que se presume que espaço interno não será problema para o Everest. Já o porta-malas tem 898 litros de capacidades ou 259 litros com a terceira fileira de bancos, enquanto o SW4 tem 500 ou 180 litros e o SUV da GM, 554 ou 205 litros, respectivamente
Interior Ford Everest 2024
Por dentro, temos basicamente o mesmo layout da Ranger, o que é bastante positivo. Sobretudo por conta do bom acabamento empregado nessa geração, com partes macias ao toque acima do painel e nos painéis das portas. O quadro de instrumentos digital de 8 polegadas, herdado da F-150, também está lá, assim como a central multimídia com tela vertical de 12 polegadas.
No pacote de equipamentos, destaque para as versões mais caras, que somam nada menos do que nove airbags (tem até mesmo um airbag central entre os bancos dianteiros), além do sistema de segurança ativa como alerta de tráfego cruzado traseiro, aviso de pontos-cegos (incluindo para trailer) e frenagem automática de emergência. Sem contar os sensores de estacionamento na dianteira e traseira, câmera com visão 360º, faróis de LED matriciais, entre outros itens essenciais para um carro familiar.
Motorização Ford Everest 2024
Embora no mercado externo o Ford Everest tenha a opção do motor 2.0 diesel biturbo, que entrega 210 cv de potência a 3.750 rpm e 51 kgfm de torque a 1.750 rpm, a opção mais viável por aqui seria a do motor V6 biturbo diesel que, inclusive, tem histórico de uso em Land Rovers e Peugeots.
Estamos falando do mesmo propulsor V6 3.0 litros turbodiesel da Ranger, que rende seus bons 250 cv a 3.250 rpm e 61,2 kgfm de torque a 1.750 rpm. O câmbio é automático de dez marchas e, como manda a tradição num SUV de longarinas, tem tração 4x2, 4x4 ou mesmo 4x4 automático. Sua capacidade de reboque fica em 3.500 kg.
Futuro
Bom desempenho, acabamento, dimensões e bom nível de equipamentos o Ford Everest tem, resta saber se a Ford vai colocá-lo à venda no Brasil para ter um SUV 4x4 posicionado acima do Bronco Sport. A missão mais difícil será ter um rival como o líder disparado Toyota SW4, mas se a Ranger subiu o nível no segmento de picapes, é de se imaginar que o Everest possa fazer o mesmo entre os SUVs grandes e talvez até tirar o SUV japonês de sua zona de conforto.
A fábrica da Ford na Argentina pode tranquilamente produzir o Ford Everest, só que a marca do oval azul terá que fazer um estudo certeiro de qual volume poderia vender na região da América do Sul para compensar tal investimento na produção local do SUV. Vale lembrar que até hoje o Chevrolet Trailblazer não fez cócegas no SW4, mesmo sendo produzido no Brasil.
Repórter
Entusiasta de carros desde criança, achou no jornalismo uma forma de combinar paixão e profissão. É jornalista formado pela faculdade FIAM-FAAM e atua no setor automotivo desde 2014, com passagens por Auto+, Quatro Rodas e Motor1 Brasil.