Avaliação: novo Honda Accord aspira a limusine com consumo de popular

Sem rivais diretos, modelo quer roubar clientes de BMW e Mercedes a R$ 300.000. Motor híbrida “diferentão” que o leva a fazer até 20 km/l é grande destaque
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17.09.2021 às 14:17
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Sem rivais diretos, modelo quer roubar clientes de BMW e Mercedes a R$ 300.000. Motor híbrida “diferentão” que o leva a fazer até 20 km/l é grande destaque

O mercado anda carente de sedans. A inundação de SUVs tem roubado cada vez mais espaço dos modelos de três volumes. Vejamos o segmento de sedans grandes, por exemplo. Antigos representantes de peso, como Ford Fusion e Toyota Camry, já foram extintos. Sobrou o Honda Accord.

A fabricante japonesa sabe disso e quer usar a reestilização de meia vida da atual geração para marcar algumas posições. Por exemplo, ele será o primeiro automóvel eletrificado da marca no país, em uma lista que prevê ainda outros dois modelos até 2023 (um deles deve ser a 11ª geração do sedan médio Civic; o outro, a nova geração do SUV médio CR-V). 

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Também terá a missão de roubar potenciais clientes de sedans premium alemães, tais quais BMW Série 3 ou Mercedes-Benz Classe C. Por isso mesmo, a linha 2021 do Accord chega importada ao Brasil neste mês com um preço inicialmente assustador, quase R$ 300.000, mas que faz sentido quando vemos quem são seus competidores. 

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Por incrível que pareça, o novo Accord promete ser uma opção com forte relação custo-benefício em relação a seus distantes rivais de luxo, tendo ainda o apelo de uma motorização híbrida capaz de proporcionar consumo na casa de 20 km/l.

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O conjunto motriz, chamado e:HEV, tem como grande diferencial (com o perdão do trocadilho) a ausência de uma caixa de câmbio. O propulsor a combustão pode tanto tracionar as rodas quanto servir apenas de gerador para um dos motores elétricos. 

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Explicaremos mais sobre como esse sistema torna um sedan de 1,5 tonelada e 5 metros de comprimento tão eficiente. Antes, vale lembrar que o novo Accord será comercializado no Brasil em versão única de acabamento.

Honda Accord 2021 - Preço: R$ 299.900

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Design e acabamento interno

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explicamos neste outro artigo que pouco mudou no visual do Accord. O balanço dianteiro recebeu uma grade com filetes horizontais cromados, pára-choque reestilizado, faróis de neblina em LED e emblema com contorno azul - para diferenciar a linha eletrificada, como a Toyota faz em seus híbridos.

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Além disso, rodas de liga leve escurecidas de 17 polegadas com desenho inédito passaram a compor a gama. O acabamento do pára-choque traseiro e a assinatura e:HEV na tampa do porta-malas, para identificar a versão híbrida, são as demais novidades.

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Por dentro, a conexão da central multimídia de 8 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay poderá ser feita sem cabo. O quadro de instrumentos e o volante multifuncional terão novos grafismos, enquanto o carregador por indução ficou mais potente, com 15 Watts, e os ocupantes da segunda fileira terão duas portas USB para carga lenta.

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Por fim, o pacote de segurança Honda Sensing terá a adição do sistema Low Speed Braking Control, um auxílio para manobras que freia o veículo a velocidades mais baixas se houver risco de colisão.

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Desempenho e dirigibilidade

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O Honda Accord 2021 representa um facelift em relação ao sedan que já vinha sendo vendido no país. Isso significa que plataforma, carroceria, dimensões e suspensões são as mesmas. Já falamos sobre como funciona a dinâmica do três-volumes nesta avaliação da linha 2020, e muita coisa ali escrita continua valendo.

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Dirigir o novo Accord é o mais próximo da sensação que teremos ao conduzir uma limusine de luxo. O nível de silêncio e o padrão de absorção de impactos dos conjuntos McPherson e MultiLink são primorosos. 

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O único “senão” é que o vão livre do solo praticamente não mudou, ficando em 12,5 cm, o que é muito pouco para um país cheio de vias irregulares e mal planejadas. Como o balanço dianteiro é enorme, o ângulo de ataque (não divulgado) é igualmente escasso, o que me fez sentir o para-choque raspando de leve no asfalto em uma simples saída de garagem.

Dados técnicos: direção elétrica progressiva, suspensões McPherson (dianteira) e MultiLink (traseira), freios a discos ventilados (dianteira) e discos sólidos (traseira), diâmetro de giro 11,6 m, Cx não divulgado, 125 mm vão livre do solo, ângulos de ataque, central e de saída não divulgados, carga útil 480 kg, pneus 225/50 R17.

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A grande novidade está mesmo no motor. O nome e:HEV remete à Honda e:Technology, uma divisão interna criada para separar os produtos eletrificados. A tecnologia tem funcionamento bem distinto do que é visto nos Toyota Corolla e Toyota Corolla Cross Hybrid, e não apenas porque o Accord bebe só gasolina, enquanto os dois irmãos da marca rival são flex.

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Fora o fato de que o Accord dispõe de um motor a combustão de ciclo Atkinson e dois elétricos (um gerador, outro de tração), assim como os Toyota, a lógica de trabalho entre os diferentes propulsores muda totalmente. Isso porque não há uma atuação simultânea das usinas térmica e elétrica para propulsionar as rodas.

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O novo Accord possui três modos de condução: EV Drive, Hybrid Drive ou Engine Drive. O primeiro atua a baixas velocidades e tem os motores elétricos fazendo 100% do trabalho. O gerador fica responsável por manter a carga da bateria, que, por sua vez, manda energia para o propulsor elétrico estimular o movimento das rodas.

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O estágio Hybrid, embora sugira uma propulsão conjunta, na verdade também deixa apenas o motor elétrico encarregado pela entrega de torque. A diferença é que o propulsor 2.0 quatro-cilindros aspirado entra na jogada como gerador de energia para a bateria.

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No modo Engine Drive, disponível a partir de 110 km/h, aí sim o motor 2.0 atua diretamente na tração. Nesse momento, o propulsor térmico é acoplado por meio de uma embreagem ao diferencial, com uma faixa única de relação de marchas, ficando responsável pelo movimento e dando um descanso para o conjunto elétrico. Como se vê, não há caixa de câmbio.

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São 184 cv de potência e 32,1 kgfm de torque desenvolvidos pelo motor elétrico, sendo 145 cv e 17,8 kgfm gerados pelo 2-litros de ciclo Atkinson. O modelo dispõe ainda de frenagem regenerativa, disponível em quatro níveis: em vez de trocar marchas, o condutor usa as borboletas atrás do volante para intensificar ou aliviar o “freio-motor”.

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Na prática, é o motor elétrico o responsável por fazer do Accord um sedan de relativo vigor nas acelerações e retomadas. O desempenho não chega a impressionar, mas é suficiente para os padrões de um sedan grande, especialmente porque seu perfil baixo – menos de 1,50 m de altura – faz dele um modelo muito eficiente na parte aerodinâmica.

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Motor: 2.0, dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16V, aspirado, gasolina, duplo comando variável de válvulas, ciclo Atkinson, taxa de compressão 13,5:1
Potência (G/E): 145 cv a 6.000 rpm
Torque (G/E): 17,8 kgfm a 3.500 rpm
Potência Motor elétrico: 184 cv
Torque motor elétrico: 32,1 kgfm
Câmbio: e-CVT com transmissão direta entre motores e diferencial e quatro níveis de freio-motor
Tração: dianteira
0 a 100 km/h: 7,5 s
Velocidade máxima: 187 km/h

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Consumo melhor que de carro popular

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O grande destaque do novo Accord, porém, vai para o consumo. O fato de as acelerações e retomadas serem sempre protagonizadas pelo motor elétrico, justamente os momentos em que um motor a combustão costuma ser mais ávido por combustível, ajuda o modelo a alcançar níveis de autonomia se fazer inveja a muito carro 1.0.

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No Programa de Etiquetagem Veicular, as médias homologadas ficam acima de 17 km/l e são ainda maiores na cidade, uma particularidade de veículos híbridos que já explicamos neste artigo sobre o novo Toyota Corolla Cross

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Em um trajeto de pouco mais de 100 km com o três-volumes pela Marginal Pinheiros e Rodovia Castello Branco, dois trechos de trânsito bem fluido e velocidade de cruzeiro constante, a cerca de 90 km/h e 120 km/h, respectivamente, fomos além: registramos 18,9 km/l. Nada mau em tempos de combustível a R$ 7 o litro.

Consumo Inmetro: 17,6 km/l na cidade e 17,1 km/l na estrada

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Conforto e espaço interno

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Como dito acima, não há mudanças de plataforma, suspensões ou carroceria no Accord, o que significa que os padrões de espaço interno e conforto são os mesmos de outrora. Já contamos como é o sedan nesses quesitos neste outro artigo

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Dimensões: 4.904 mm comprimento, 2.830 mm entre-eixos, 1.862 mm largura, 1.460 mm altura, 574 litros de porta-malas, 48,5 litros do tanque de combustível, 1.555 kg de peso em ordem de marcha.

Segurança, tecnologia e equipamentos

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A reestilização de meia vida deixou o Accord com um nível tecnológico mais condizente com seu porte, sua proposta e seu preço. O maior destaque vai para as assistências ativas de segurança do pacote Honda Sensing. Elas funcionam de modo surpreendente, dando uma prévia bem realista de como serão os veículos autônomos do futuro.

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O maior destaque vai para o assistente de permanência em faixa, responsável por evitar que o veículo saia da pista de rolagem. Ele funciona de maneira assustadoramente eficaz, promovendo uma mudança fluida da direção, sem zigue-zagues, quase como se fosse um humano ao volante. 

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Ao mesmo tempo, as frenagens e retomadas automáticas proporcionadas pelo controle de cruzeiro adaptativo são muito suaves e seguras. Essa combinação quase nos faz esquecer que ainda precisamos estar atentos e deter o controle do veículo.

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De resto, muitos itens de conforto, incluindo até um Head-Up Display no para-brisa, e uma central multimídia surpreendentemente amigável e intuitiva. 

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A câmera de ponto cego no retrovisor externo direito se mostra especialmente útil ao mudar de faixa com um carro tão grande em um trânsito caótico como o de São Paulo (SP). Outra do lado esquerdo, como tem o novo Hyundai Creta, seria muito bem-vinda.

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Já o quadro de instrumentos ainda contém elementos analógicos, algo que não condiz com um veículo já na casa de R$ 300.000, enquanto o teto solar é pequeno demais para o porte do três-volumes.

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Novo Honda Accord e:HEV – Itens de série

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Visual: faróis full-LED com acendimento e ajuste automático de altura e intensidade do facho; faróis de neblina de LED; luzes diurnas de LED; lanternas traseiras de LED; grade com moldura superior e divisórias cromadas; maçanetas externas e capas dos retrovisores externos na cor do veículo; moldura superior de vidros e coluna C em preto brilhante; moldura superior dos vidros laterais cromada; rodas de liga leve aro 17 diamantadas; antena tipo barbatana de tubarão.

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Segurança: alarme; oito airbags (frontais, laterais, de cortina e de joelhos); controles de estabilidade e tração; assistente de partida em rampas; freios a disco nas quatro rodas; sensores de estacionamento traseiros e dianteiros; câmera de ré; câmera lateral direita de ponto cego; indicador de pressão baixa dos pneus; alerta de presença no banco traseiro. controle de cruzeiro adaptativo dinâmico (incluindo velocidades baixas); frenagem autônoma emergencial; assistente ativo de permanência em faixa; controle de frenagem a baixas velocidades.

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Tecnologia: head-up display; quadro de instrumentos parcialmente analógico e digital colorido; quatro tomadas USB-A (duas dianteiras, duas traseiras); central multimídia BlueNav de 10,25” com Android Auto e Apple CarPlay via cabo; quatro alto-falantes; carregador de celular por indução; sistema BlueLink (carro conectado com serviços de prevenção a roubo, assistência 24h, controles remotos, diagnóstico e alertas de uso do veículo); três modos de condução.

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Conforto e acabamento: chave com sensor presencial com partida remota do motor; partida do motor por botão; cancelador ativo de ruído; trio elétrico; retrovisores externos com rebatimento automático, luzes de seta em LED e tilt down; retrovisor interno eletrocrômico; vidros com função um-toque e antiesmagamento; direção elétrica progressiva; freio de estacionamento eletrônico com Auto Hold; cabine com acabamento preto; volante revestido em couro preto com regulagem de altura e profundidade; borboletas para aumento ou redução de intensidade dos freios regenerativos; bancos revestidos em couro preto; banco do motorista com regulagem elétrica e do passageiro dianteiro com ajuste manual de altura; ar-condicionado automático digital de duas zonas com saída traseira; console de teto com luzes de leitura individuais em LED; teto solar; porta-luvas com amortecedor e iluminação; porta-malas iluminado.

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Conclusão

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Para quem pode comprar um Mercedes ou BMW, o Honda Accord é uma opção mais discreta de sedan para rodar com conforto. Não custo pouco ter um na garagem – afinal, qual carro ainda pode ser considerado “barato” no país? –, mas sua etiqueta e sua manutenção ainda são mais amigáveis do que rivais de luxo.

Como cereja do bolo, temos um sistema híbrido de propulsão tão engenhoso quanto eficiente. 

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Imagens: Divulgação

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