Novo Geely Panda é micro SUV sem medo do sufoco que faz 90,1 km/l

Lembra do Geely GC2, o popular Geely Panda? Antes de o leitor que vê as fotos do Geely Panda desqualificar o SUV “sub-subcompacto” chinês, permita-nos elencar alguns dados que podem, ao final, convencê-lo de que já tivemos coisa muito pior à venda no Brasil e até com sucesso comercial.

Com 3,15 metros de comprimento, o minielétrico de duas portas é 47 cm menor que o Ford Ka de primeira geração, também de duas portas, carinhosamente apelidado de “sapinho”. Apenas 7 cm mais estreito (são 1,56 m de largura) e 27 cm mais alto (1,65 m de altura), o Panda comporta até 800 litros de bagagem no porta-malas, mas não há como negar que seu banco traseiro é quase de mentira, comportando não mais do que duas crianças pequenas.

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O miniEV chinês é, portanto, uma opção impraticável para quem tem família ou para quem, mesmo sendo sozinho no mundo, pretende usar o automóvel para o transporte por aplicativos. Mas se você conhece alguém descolado, que gosta de coisas diferentonas e não pretende levar mais do que uma mala, uma mochila e sua melhor companhia para o trabalho e o lazer, nos finais de semana, está aí uma alternativa que bem merecíamos ter.

É que, para além das dimensões mínimas e do estilo que parece saído de um mangá, o Geely Panda Knight é um elétrico muito acessível, partindo do equivalente a R$ 26.620 (39.900 yuans) no seu mercado de origem, que é a China.

A versão “off-road” das fotos, denominada Knight, sai por R$ 36 mil (53.900 yuans) ou menos de a metade do valor que muito rico demodê anda pagando por um lustre cafonérrimo que faz sucesso, na internet.

Some a isso o fato de o novo Panda ser elétrico, representando o grito de independência em relação ao posto de combustíveis, e já dá para vê-lo com outros olhos. Este Panda Knight não fica devendo nem uma escadinha estilizada, na lateral, para acesso ao bagageiro de teto e mesmo que sua autonomia seja modesta, de 200 quilômetros, suas baterias podem ser quase que totalmente recarregadas (80% da capacidade) em apenas 30 minutos.

O motor elétrico de 30 kW ou 40 cv não é um portento de potência, mas seu torque instantâneo de 11,2 kgfm garante certa agilidade nas arrancadas rápidas. E para quem acha que este micro SUV tem medo do sufoco, força para as rodas traseiras – a boa e velha tração traseira que, no Chevette, o leitor não se cansa de elogiar.

Seu consumo de eletricidade equivale a impressionantes 90,1 km/l. E se você acha absurdo fazer essa associação, saiba que o Inmetro faz o mesmo, trazendo o consumo dos veículos elétricos vendidos no Brasil em kW a cada 100 km para km/l. Contamos mais sobre isso neste artigo.

Geome

Mas o melhor do lançamento da Geely é, mesmo, a leitura contemporânea para o transporte individual nas megalópoles. Minimalista por fora e por dentro, o Panda Knight tem interior bicolor com dois visores, de 8 polegadas e 9,2 polegadas, respectivamente, incluindo central multimídia.

Traz, ainda, climatização com acionamento remoto, freios ABS, dois ganchos para reboque no parachoque dianteiro, encostos traseiros rebatíveis e, opcionalmente, um carregador rápido que faz a recarga completa das baterias em menos de 70 minutinhos. Infelizmente, a versão “off-road” não traz o teto panorâmico do modelo civil.

Como se pode ver, enquanto o mercado brasileiro vai matando seus populares, os subcompactos com 2+2 lugares seguem aquecidíssimos nos mercados asiáticos. E antes que nos esqueçamos, o nome Geome, que se lê na grade entre os faróis redondos, faz referência à submarca Geometry, da própria Geely, dedicada a pequeninos elétricos com foco nas mulheres chinesas.

Para quem não pretende ultrapassar os 100 km/h, correspondentes à velocidade máxima do micro SUV que pesa menos de 800 quilos, não há nada que o Panda Knight deixe de fora. A exemplo do mamífero que lhe empresta o nome e cujo habitat se circunscreve a seis regiões montanhosas, na região central da China, é um modelo que dificilmente se adaptaria ao mercado americano, onde as picapes grandalhonas é que dão as cartas.

Por aqui, nada impediria que testássemos alguns desses mini elétricos em cativeiro para, em caso de adaptação, os soltarmos na natureza.

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto