5 desleixos que te fazem gastar até 20% mais combustível sem perceber
Os preços dos combustíveis deram um pequeno refresco nas últimas semanas, mas ainda estão bem mais caros do que se encontravam alguns anos atrás. Em um país empobrecido, isso faz muita diferença. Portanto, economizar é crucial.
A Mobiauto já contou neste outro artigo como o estilo de condução do motorista pode afetar em até 50% o consumo de um carro, por mais econômico ou beberrão que o modelo em si seja. Em outras palavras, ficar culpando só a sua caranga pelas despesas elevadas no posto não cola tanto assim.
Para piorar, tem gente que comete um dos cinco erros abaixo. Eles te fazem gastar mais combustível sem nem perceber, mesmo se esforçando ao máximo para adotar uma pilotagem econômica, sem abusar do acelerador nem dos freios, trocando as marchas na hora certa e sendo suave nas manobras.
Não acredita? Participamos de um teste de consumo promovido pela Renault em circuito fechado, no Haras Tuiuti, interior de São Paulo (SP). As provas foram feitas a bordo de uma Oroch 1.3 Outsider TCe – veja a avaliação dela aqui – no anel externo da pista, sempre rodando a uma velocidade constante de 60 km/h ao longo de cinco voltas.
Andamos em três configurações diferentes de veículo. O consumo foi medido oficialmente pelo Instituto Mauá de Tecnologia, e apresentou variações de até 22% nos números. O parâmetro foram os 15,6 km/l obtidos na simulação com apenas um motorista a bordo, com todas as configurações seguindo o indicado no manual e ar-condicionado desligado.
Confira abaixo cinco hábitos ruins que nada têm a ver com direção, mas te fazem gastar mais combustível do que gostaria.
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Cinco desleixos que te fazem gastar mais combustível
1. Rodar com pneus mal calibrados
Parece bobo, mas ficar de olho na calibragem dos pneus pode te ajudar um bocado a alcançar o consumo desejado. Rodar com a libragem abaixo do recomendado faz o pneu “assentar” mais no asfalto, o que aumenta o atrito e o arrasto. A cada arrancada ou retomada, o motor terá que fazer mais esforço do que o habitual.
No teste com aferição da Mauá, com os pneus calibrados 30% abaixo das 32 libras recomendas pela fabricante, a Oroch obteve 15,2 km/l, aumento de 2,3% em relação ao parâmetro original. Por isso, busque calibrar seus pneus semanal ou pelo menos quinzenalmente.
A pressão correta será apontada em etiquetas na coluna atrás da porta do motorista, na parte de trás da portinhola de reabastecimento ou no próprio manual.
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2. Transportar carga desnecessária a bordo
Quem nunca esqueceu aquela caixa, mochila ou quinquilharias em geral jogados no porta-malas? Pois saiba que cada quilograma extra transportado desnecessariamente afeta o consumo de combustível. Por uma razão óbvia: o peso do veículo aumenta, o que, de novo, demandará um maior esforço do motor, de moto totalmente desnecessário.
Na prova da Renault, o cenário foi extremo: 650 kg de carga espalhados pela caçamba e pela cabine da picape, sua capacidade máxima, mais o peso do motorista. Resultado: 12,1 km/l, um crescimento de 22,3%.
Claro que ninguém transportará 650 kg de bagagem à toa, mas não é difícil encontrar uns bons 10 ou quiçá 50 kg de parafernálias mantidas desnecessariamente dentro do veículo. Portanto, chegou a hora de espantar a preguiça e tirar aquela caixa de ferramentas ou caixa cheia de pastas do trabalho para armazená-las em casa.
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3. Aumentar o arrasto aerodinâmico do veículo sem necessidade
Muita gente com família utiliza bagageiros de teto ou suportes para bicicleta em determinados tipos de passeio ou viagem. Até aí, tudo bem. O problema é manter itens assim instalados no veículo sem uso efetivo.
Qualquer elemento extra inserido na carroceria aumentará o arrasto aerodinâmico do carro, além de, em muitos casos, comprometer a estabilidade. Nossas simulações não contemplaram esse tipo de teste, mas acredite: dá para economizar alguns bons litros de combustível com essa medida.
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4. Ar ligado ou desligado?
A “prova perfeita” da Mauá ocorreu com o ar-condicionado desligado e vidros fechados. Ao ligar o ar, o consumo caiu para 14,8 km/l, um incremento de 4,7%. Assim, se o dia estiver ameno e permitir, que tal desligar o ar?
É óbvio que não queremos que ninguém passe calor ou frio. Portanto, se o uso do ar for inevitável, siga essas dicas: dentro da cidade, se possível, prefira rodar com os vidros abertos e o ar desligado.
Já na estrada é o contrário: opte por fechar os vidros e ligar o ar, porque a maior velocidade deixa o ar turbulento e, com as janelas abertas, o ar formará vórtices que aumentarão o arrasto aerodinâmico.
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5. Não fazer a manutenção das velas
Acredite: andar com velas e filtros desgastados, sejam as velas de ignição e/ou os filtros de combustível e até do ar, farão o consumo de combustível de seu carro crescer exponencialmente.
No caso das velas, em específico, o desgaste fará com que a mistura ar-combustível não se forme e se queime adequadamente, e isso pode provocar um aumento grande na queima de etanol ou gasolina (veículos a diesel não possuem velas de ignição).
Não fizemos esse teste em específico na prova da Renault com o Instituto Mauá, mas quem já sofreu com velas desgastadas sabe o quanto esse problema dói no bolso na hora de abastecer.
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Jornalista Automotivo