5 carros que ainda são vendidos no Brasil e ninguém se lembra
Sabe aquele carro que você já nem sabe se ainda é oferecido no mercado de zero-quilômetro, e de repente se pergunta: “Nossa, esse modelo já saiu de linha?” É sobre ele que vamos falar hoje. Na verdade, sobre cinco deles.
Eles ainda compõem o portfólio de suas respectivas marcas, mas estão completamente esquecidos, mesmo em um cenário no qual as vendas de veículos zero-quilômetro tiveram julho como o melhor mês de 2023, segundo a Fenabrave (Federação Nacional Distribuição Veículos Automotores), com mais de 210 mil automóveis e comerciais leves emplacados.
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Enquanto temos modelos bons de loja, como Volkswagen Polo e Fiat Strada com 54.193 e 60.933 unidades vendidas no acumulado dos sete primeiros meses deste ano, respectivamente, outros com certo tempo de mercado estão vivendo uma fase de completo ostracismo. Alguns sequer chegaram a emplacar 1.000 unidades no acumulado do ano.
Nesta lista, relembramos cinco carros mais antigos que ainda sobrevivem nas lojas Brasil afora e que não vendem (quase) nada. Lembrando que para isso consideramos veículos com um bom tempo de mercado e que mudaram quase pouco, ou mesmo vende pouco em relação ao seu segmento. Vamos à lista:
1) Peugeot 2008
Presente no mercado brasileiro desde 2015, quando estreou com seu visual ousado e motores 1.6 aspirado e 1.6 turbo, o Peugeot 2008 está entre nós há nada menos que oito anos, quase sem mudanças. Neste período, trocou o câmbio automático de quatro marchas e as configurações manuais por um câmbio mais moderno, automático de seis velocidades.
Em 2019, recebeu um levíssimo facelift. Atualmente sobrevive nas versões Allure, Style, Roadtrip e Griffe, com preços que vão de R$ 107.990 a R$ 131.290 na linha 2024. Mesmo com essa precificação, que o coloca como um do SUVs mais baratos do país, o Peugeot 2008 sofre nas lojas, tanto que vendeu neste ano apenas 1.079 unidades, média de 154 carros/mês.
2) Chevrolet Cruze
Atualizado pela última vez no mercado brasileiro no segundo semestre de 2019, quando recebem seu facelift, o Chevrolet Cruze anda esquecido e já tem data marcada para morrer: sua produção na Argentina será encerrada pela GM no fim deste ano.
A marca até buscou dar um último suspiro no início do ano passado à família, com o lançamento das versões Midnight para o sedan e RS para o hatch Cruze Sport6. Não foi o suficiente: a família Cruze pouco mudou desde quando desembarcou por aqui em sua segunda geração, em 2016, e parece que nunca teve a atenção merecida pela marca neste tempo.
No acumulado dos primeiros sete meses deste ano, o Cruze emplacou apenas 675 unidades – o que significa uma quarta posição no ranking de sedans médios, bem distante do líder Toyota Corolla (23.664). O Cruze Sport6, último hatch médio de marca generalista sobrevivente em nosso mercado, vendeu apenas 238 carros. Triste fim.
3) VW Amarok
Surpreendentemente, a Volkswagen Amarok é o veículo com mais unidades emplacadas desta lista entre janeiro e julho deste ano (4.244 unidades), mas estamos falando de um veículo que pertence ao grande universo das picapes médias.
Ou seja, se 4.000 unidades parecem muito, passam longe de ser o suficiente para brigar com concorrentes muito mais aquecidas no mercado, como as líderes Toyota Hilux (25.878) e Chevrolet S10 (15.753). E olha que a S10 está já envelhecida e vai mudar no ano que vem.
A Amarok, por sua vez, também será atualizada, mas não em uma nova geração. Enquanto a homônima vendida em todos os outros mercados fora a América do Sul trocou de geração, passando a ser feita com a mesma base da nova Ford Ranger, lançada recentemente por aqui, a nova Amarok sul-americana será um mero facelift do projeto atual, que já tem 13 anos.
Com essa renovação, a picape seguirá em produção na Argentina por mais dez anos, totalizando assim 23 anos em uma única geração. Difícil imaginar que ela tenha forças para reverter sua condição de mera coadjuvante no mercado com essa estratégia...
4) Renault Captur
Podemos dizer que o Renault Captur não pegou no Brasil. Prova disso é que, ao longo deste ano, o SUV compacto da marca francesa teve apenas 256 unidades vendidas no País, o que dá uma baixíssima média de 36 carros por mês de janeiro a julho.
O Captur até ganhou o reforço da variante 1.3 turbo em 2021, mas pelo jeito o brasileiro gosta mesmo é do consagrado Duster. Para piorar, o Captur teve sua produção extremamente afetada pela saída da Renault da Rússia, conforme a Mobiauto contou em primeira mão neste artigo. É questão de tempo para que ele seja tirado de linha de vez em nosso portfólio.
Lançado em 2016, o Renault Captur utiliza a plataforma, toda a mecânica e até o entre-eixos do Duster. Talvez justamente por ser tão próximo ao irmão que ele nunca foi sucesso de vendas. Teve seu melhor ano em 2018, quando vendeu pouco mais de 26 mil unidades – sendo também a única vez que superou o Duster no ranking de emplacamentos, por somente 2,9 mil unidades.
Para efeito de comparação, entre janeiro e julho de 2023 o Duster já teve 12.574 unidades comercializadas. Pelo jeito, o futuro do Captur no Brasil é sombrio: sem componentes vindos da Rússia para fabricação e com o Kardian vindo aí, e o Duster subirá de nível, deixando o Captur ainda mais sem sentido na gama da marca.
5) Chevrolet Trailblazer
O Chevrolet Trailblazer tem como mérito ser baseado na S10, um produto muito importante para a GM do Brasil, mas tem muito azar de disputar mercado com o Toyota SW4. Tanto que o SUV de sete lugares emplacou apenas 999 exemplares nos primeiros sete meses de 2023, contra 8.132 do rival japonês no mesmo período. Uma lavada.
Para o ano que vem, espera-se a maior renovação do SUV feito sobre chassi de longarina desde que ele foi lançado, junto com a segunda geração da S10, em 2012. O modelo ganhará ares da Chevrolet Colorado vendida nos Estados Unidos. Algo mais do que necessário, pois a atual geração já tem 11 anos.
Resta saber se o SUV desta vez cairá no gosto do consumidor ou se vai continuar prestando seus bons serviços para boa parte do Brasil como viatura policial.
Repórter
Entusiasta de carros desde criança, achou no jornalismo uma forma de combinar paixão e profissão. É jornalista formado pela faculdade FIAM-FAAM e atua no setor automotivo desde 2014, com passagens por Auto+, Quatro Rodas e Motor1 Brasil.