VW Santana Evidence, o mais bonito e estiloso de todos os Santana
Primeiro Volkswagen médio representante dos carros de luxo no Brasil, o Santana foi lançado em 1984. Era a segunda geração do Passat alemão, e opcionalmente, podia vir com ar-condicionado, direção hidráulica progressiva, trio elétrico, fosse nas configurações de 2 ou 4 portas, além de câmbio automático de 3 velocidades, entre outros detalhes. Foi inclusive o primeiro Volkswagen nacional a oferecer esse tipo de câmbio.
Com motor VW 1.8 carburado e 92 cv a 5.000 rpm e 14,9 kgfm a 2.600 rpm, se abastecido com etanol, e 86cv a 5.000 rpm e 14,6 kgfm a 2.600 rpm, quando abastecido com gasolina, seu desempenho agradava, ainda que carecesse de um pouco mais de fôlego graças ao peso do sedan.
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Em 1985, com a chegada da versão Station Santana Quantum, toda a linha recebeu um novo motor 1.8 intitulado AP-800, que trazia novos pistões e bielas mais longas e mais leves. O AP-800 rendia e 94 cv a 5.000 rpm e 15,2 kgfm a 3.400 rpm, se abastecido com etanol, e 87 cv a 5.000 rpm e 14,9 kgfm a 3.400 rpm, quando abastecido com gasolina, uma evolução do VW 1.8 do Santana de 1984.
A concorrência atacava forte, e a GM, seu principal concorrente, lançava em 1986 o Monza 2.0, com potência de até 110 cv (quando abastecido com etanol) e muito mais fôlego, e logo o Santana passava novamente a ser considerado lento.
Novas alterações no motor AP-800 tentavam compensar, e na linha 1987, além de um facelift onde o Santana recebeu para-choques envolventes, novas versões e frente exclusiva na versão GLS, seu motor agora recebia mais 2 cv, tanto na versão a etanol quanto na versão a gasolina.
Em 1988, a Volkswagen lançou o motor AP-2000, ou motor 2000. A versão a gasolina tinha 99 cv a 5.200 rpm, 16,2 kgfm de torque a 3.400 rpm, fazia de 0 a 100km/h em 12,10 segundos, atingia 165 km/h, rodava 8,03 km/l na cidade e 12,02 km/l na estrada. Com etanol, eram 112 cv a 5.200 rpm, 17,3 kgfm de torque a 3.400 rpm, fazia de 0 a 100 km/h em 11,37 segundos, atingia 167,4 km/h, rodava 7,31 km/l na cidade e 9,22 km/l na estrada.
Era tão rápido quanto o GM Monza, mais resistente e ostentava o emblema 2000 na traseira. Este emblema significava tanta coisa àquele tempo, que logo passou a ser visto nas traseiras de vários Santana mais antigos com motor 1.8. Um perito sabia quando era um Santana 2000 fake pelo velocímetro: quando dotado do motor 2000, o velocímetro marcava até 220 km/h, ante a marcação até 200 km/h dos Santana com motor 1.8.
Neste ano, o modelo passou a receber teto solar opcional, além de tudo o que podia ser oferecido em um carro de luxo à época. O modelo GLS, mais completo da gama, tinha como itens de série: direção hidráulica, vidros elétricos nas 4 portas, travas elétricas à vácuo (mais silenciosas), retrovisores elétricos, cintos retráteis na dianteira e na traseira (mesmo que fosse 2 portas), para-sol com espelho iluminado para passageiro, sistema de som com rádio toca-fitas Bosh Rio de Janeiro com 4 alto-falantes, antena elétrica (um charme), acendedor de cigarros (!), cinzeiro (!), econômetro no painel, além de rodas de liga-leve de 13” e faróis de neblina integrados. Como opcionais, apenas ar-condicionado (sim, era opcional mesmo na versão de luxo) e o lento, mas competente câmbio automático de 3 velocidades.
Em 1989, a marca lançava a série especial Evidence, para muitos, a mais bonita da linha Santana. Baseada na versão GL, o modelo tinha uma aparência esportiva, ao mesmo tempo luxuosa, graças à cor preto Ônix, e frisos, molduras das janelas, espelhos retrovisores e logotipos pintados na cor cinza, com lanternas traseiras fumê. Havia também uma inscrição alusiva a versão “Evidence” em adesivo na parte traseira das laterais.
O interior tinha forros de porta e bancos revestidos em veludo cinza,
adotado três anos depois pelo Gol GL, e o volante, era o mesmo de 4 raios comum
à linha Santana 2000, porém revestido em couro legítimo. A manopla de câmbio
também era revestida no mesmo material, e o painel era em 2 tons de cinza.
Como itens de série, trazia travas, vidros, retrovisores e antena com acionamento elétrico, além do excelente rádio Bosh Los Angeles II, comum também à linha GLS. Dela, vinham também os faróis, com faróis auxiliares e setas no para-choque. O modelo contava também com as belas rodas pingo d’água diamantadas comuns ao VW Gol GTS e GTi, calçadas com pneus 195/60R14. Seu único opcional era o tipo de combustível, fosse etanol ou gasolina, e o ar-condicionado. Sim caro leitor, eram outros tempos. Não havia opção de câmbio automático ou teto-solar.
Mais elegante e sóbria que a versão EX, lançada um ano depois e responsável por introduzir a injeção eletrônica na linha Santana, o Santana Evidence de 1989 é bastante raro, e um modelo bem conservado chega a ser oferecido por mais de R$ 50.000,00. O nome foi resgatado pela marca em 1996, desta vez como uma versão oficial, mas esta história eu conto em outra oportunidade.
Foto Santana Evidence: Reprodução/@Reginaldodecampinas
Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.
Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em Comunicação Empresarial e Marketing Digital, e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua há 18 anos com gestão e consultoria automotiva, auxiliando pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. É criador dos canais Autos Originais e Auto e Autos…
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