Novo avião supersônico voa a 4.000 km/h e vai dos EUA ao Japão em 1 hora
Na aviação, o que todo mundo sonha é fazer viagens cada vez mais curtas. Tivemos algumas experiências próximas disso na época do Concorde, primeiro avião de passageiros supersônico do mundo que foi feito numa parceria entre a British Aircraft Corporation e empresa francesa Sud Aviation.
Com projeto do final da década de 1960 e com apenas 27 anos de serviço, o avião supersônico Concorde acabou aposentado devido aos altos custos de operação. Um único (e grave) acidente ocorrido em 2000 também contribuiu para que ele saísse de operação. Mas parece que o sonho dos aviões supersônicos continua.
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Isso porque a empresa aeroespacial chinesa Space Transportation está projetando um novo avião supersônico. A promessa é de um design aerodinâmico e muita tecnologia, o suficiente para o novo avião alcançar velocidades absurdas de aproximadamente 4.185 mil km/h, ou pouco mais do que três vezes a velocidade do som.
Mas enquanto o famoso Concorde era um avião de passageiros supersônico com proposta mais comercial que podia levar cerca de 100 passageiros, o novo modelo em desenvolvimento pela empresa chinesa será menor, já que terá capacidade para transportar apenas 12 pessoas.
Voando igual foguete
Podemos dizer ainda que a novidade em desenvolvimento faz uma combinação um tanto curiosa de uma aeronave e foguete, já que pode trafegar por dois pontos distantes na Terra em um curto espaço de tempo.
De acordo com a empresa, o novo avião supersônico vai fazer o chamado voo suborbital. Na prática é um voo em que a aeronave é lançada ao espaço, mas não tem a velocidade necessária para permanecer por lá e, por isso, acaba voltando em queda contínua ao redor da Terra.
Numa apresentação em CGI no site da empresa é revelado como vai ser este voo. Nele, aparecem os passageiros embarcando num avião convencional numa asa de planador com dois propulsores de foguete. Depois a aeronave se solta da asa após alcançar uma determinada altitude e assim voa pelo espaço suborbital.
Para finalizar, a asa e os propulsores voltam para a Terra e pousam na plataforma de lançamento, enquanto a aeronave supersônica pousa verticalmente em seu destino.
De Nova York ao Japão em 1 hora
Segundo a empresa, é possível alcançar a velocidade de mais de 4 mil km/h e assim cumprir uma viagem de Nova York (Estados Unidos) a Tóquio (Japão) num período de, acredite se quiser, apenas uma hora.
Para se ter uma ideia, a distância entre os EUA e Japão é de cerca de 10,8 mil quilômetros, assim um voo comercial entre as duas localidades é de aproximadamente 14 horas num voo direto. Com isso, os passageiros num avião supersônico da Space Transportation economizariam nada menos do que 13 horas. Nada mal, não?
Para efeito de comparação, a distância entre São Paulo e Tóquio é de 18,4 mil quilômetros e um voo não dura menos do que 26 horas, isso considerando ao menos uma parada no trajeto (geralmente os voos duram até mais, tendo até duas conexões).
Então apostamos que por este método de viagem com o avião supersônico seria possível viajar entre São Paulo e Tóquio em nada menos do que 2 horas. Menos tempo do que voar de avião da capital paulista ao Uruguai, por exemplo.
Vale lembrar que muitas questões terão que ser levadas em conta num voo supersônico, como a aerodinâmica da aeronave, o controle de ruído e as emissões atmosféricas.
A boa notícia é que, quando esse tipo de operação ficar viável, voos que durariam dezenas de horas entre países serão reduzidos para poucas horas ou mesmo alguns minutos.
Toda essa inovação vai facilitar a vida de muita gente e certamente vai aquecer a economia global, pois a redução no tempo de viagem vai incentivar o turismo e baixar o tempo de entregas de mercadorias, aumentado a eficiência e melhorando também a logística.
Embora pareça promissor, as viagens a bordo de avião supersônico devem levar um razoável tempo para ficarem acessíveis, pois até agora ainda é um tipo de luxo ao alcance de poucos bilionários – que nem está disponível, de fato.
Repórter
Entusiasta de carros desde criança, achou no jornalismo uma forma de combinar paixão e profissão. É jornalista formado pela faculdade FIAM-FAAM e atua no setor automotivo desde 2014, com passagens por Auto+, Quatro Rodas e Motor1 Brasil.