Citroën C3 e Peugeot 208 multiplicam vendas por 10 em 3 anos

De três anos para cá, a Stellantis foi oficializada como um novo conglomerado automotivo após a união da antiga FCA (Fiat Chrysler Automobiles) com a PSA (Peugeot-Citroën). Essa fusão acabou rendendo muitos frutos e investimentos entre as marcas e, no caso do Brasil, se refletiu numa estratégia aparentemente acertada para a Peugeot e Citroën.

Basta reparar nas vendas de dois modelos importantes no mercado nacional: Peugeot 208 e Citroën C3. Ambos tiveram uma ascensão considerável no volume de vendas, que, somadas, se multiplicaram por dez entre 2020 e 2023.

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Muito por conta do C3, que trocou de geração em 2022, foi reposicionado para o segmento de hatches de entrada, com mais versões e preços mais acessíveis, e conquistou seu lugar ao sol no ranking depois de pouco mais de um ano de vendas.

O Peugeot 208 também vem desempenhando bem ao longo de 2023. Com novas configurações 1.0 aspirada e, agora, 1.0 turbo na gama, o hatch de pegada mais premium também renovou seu fôlego no mercado. Mas vamos aos números.

Quando pegamos os dados da Fenabrave no acumulado entre janeiro e outubro deste ano, o Citroën C3 emplacou um total de 21.252 unidades, enquanto o Peugeot 208 alcançou 23.084 exemplares. Na soma, temos, 44.336 veículos, média de 4.433 por mês. Isso projeta um fechamento de ano acima de 53.000 carros vendidos.

Ok, o número ainda está longe das mais de 100.000 unidades de uma Fiat Strada, ainda mais se considerarmos que estamos falando da soma de dois produtos. Porém, quando lembramos que em 2020 o 208 emplacou 4.403 unidades e o C3, meras 968, totalizando 5.371, vemos que os modelos tiveram suas vendas multiplicadas por dez em três anos.

Aí, o resultado pode ser considerado muito mais surpreendente e expressivo. Os dois hatches estão praticamente empatados no ranking de vendas de veículos de passeio, com o Peugeot 208 na 22ª posição e o Citroën C3 logo atrás, na 23ª.

Pode parecer um posicionamento não tão empolgante à primeira vista, mas estamos falando de dois carros de marcas francesas que até pouco tempo não tinham um volume considerável de vendas.

Mesmo volume, posicionamentos diferentes

Como mencionamos parágrafos acima, o Citroën C3 teve um reposicionamento no mercado com a estreia da nova geração lançada em agosto de 2022. Deixou de ser um hatch compacto premium para ser um hatch compacto de projeto indiano com foco em maior espaço interno e custo x benefício.

Manteve o motor 1.6 aspirado de até 116 cv da geração anterior com câmbio automático de seis marchas, mas somou também o acertado 1.0 Firefly de origem Fiat com até 88 cv e transmissão manual de cinco velocidades nas versões mais simples. Solução que se mostrou acertada ao longo do tempo.

Nem a questão de ser um projeto voltado para países emergentes apagou seu brilho – e nem mesmo o diminuto painel de instrumentos sem conta-giros. Sem dúvidas caiu no gosto do brasileiro.

O Peugeot 208, por sua vez, foi um carro elogiado desde que aportou no Brasil nesta geração com design esportivo. Na fase Stellantos ganhou também o motor 1.0 Firefly, que sem dúvidas ajudou a bombar a suas vendas junto da estratégia da revisão de seus preços, que foram reduzidos.

A cereja do bolo, agora é o motor Turbo 200, de até 130 cv de potência e 20,4 kgfm de torque, aquele mesmo dos Fiat Pulse, Fastback e Strada, que finalmente proporcionou um desempenho à altura de seu desenho provocativo.

A estratégia do 208 Turbo se mostrou acertada: a Peugeot lançou o hatch com motorização turbinada com valores competitivos e um pacote completo de equipamentos em boa parte das versões, com direito a teto solar e painel com efeito 3D. O hatch traz muitos dos itens que o brasileiro gosta, embora peque pelo espaço interno acanhado – seu maior ponto fraco. A fase Para 208 e C3, pelo jeito, seguirá boa até o fechamento do ano.