Honda City hatch: as qualidades do Fit que queremos que ele herde
O teaser revelado na última quinta-feira (4) não deixa mais dúvidas: a Honda lançará a nova geração do City no Brasil como uma família de compactos, formada por hatch e sedan. Há cerca de um ano, a Mobiauto já avisava que o modelo chegaria não para conviver, como se vinha aventando na época, mas sim para substituir o Fit em nosso mercado.
O monovolume terá sua produção encerrada em Sumaré (SP) até o fim deste ano, junto com o Civic. Porém, enquanto o sedan médio terá sobrevida no país como importado, com motorização híbrida, o monovolume será definitivamente extinto do catálogo.
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Imagens laterais dos dois deixam bem claro as diferenças de carroceria (e de proposta) entre Fit e City hatch
Isso porque a nova geração do City sedan e o inédito irmão City hatch começarão a ser produzidos em Itirapina (SP) para ganhar as ruas no primeiro trimestre de 2022. O três-volumes deve chegar um pouco antes em janeiro, e o hatchback, em março.
Diferentemente dos antigos Fit e City, que dividiam a plataforma, mas utilizavam carrocerias totalmente distintas, os novos City hatch e sedan compartilharão praticamente toda a estrutura do balanço dianteiro à coluna C, o que reduzirá substancialmente os custos produtivos para a fabricante.
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Honda Fit foi vendido e produzido no Brasil por 18 anos. Em 2022, dará adeus
É aí que está a explicação para a decisão de tirar de linha um dos modelos mais bem estabelecidos pela Honda no Brasil. Afinal, o Fit agradava muitos consumidores por ser um carro compacto com boa visibilidade, posição de dirigir elevada e excelente aproveitamento de espaço interno, com direito a bancos modulares e porta-malas com generosos 363 litros.
Por ser um hatchback, o novo City perderá parte dessas características. Por exemplo, não se pode esperar de um veículo mais baixo o ponto H, a visibilidade ou a capacidade de manobra de um monovolume.
Teasers da Honda confirmam a chegada do City hatch
Mas é claro que ele poderá conquistar novos clientes devido a outras virtudes, como a pegada mais esportiva, além de manter algumas características positivas do antecessor. Quais poderiam ser preservadas? Nossa reportagem vai elencar cinco delas. Confira:
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Renome
it sempre foi um dos compactos mais valorizados no mercado de usados
O Fit foi lançado no Brasil em 2003, ainda em sua primeira geração global. Desde sua chegada, a produção foi nacionalizada em Sumaré. Nesses 18 anos, a empresa japonesa logrou tremendo êxito ao construir uma boa reputação para o modelo, que se sustentou firme nas suas três trocas de plataforma.
Se o City hatch conseguir preservar esse predicado, será, assim como o Fit já foi, um carro com excelente índice de valorização na hora da revenda, daqueles que se comercializa de forma rápida e a bons preços.
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Modularidade
Bancos mágicos do Fit davam muitas possibilidades de espaço interno à cabine do Fit
Na Ásia, o City hatch já possui uma nova geração dos chamados “bancos mágicos” da Honda, agora conhecidos como “ultra seat” ou “bancos ultra”. O conjunto possui múltiplas possibilidades de rebatimento nas duas fileiras, assim como já acontece com o atual Fit e seu irmão SUV, o WR-V, como mostramos nesta avaliação.
Honda tentará replicar esse conceito com os bancos do City hatch
No caso do City hatch, até o banco do motorista pode virar uma “cama” caso o usuário assim queira. O mesmo é possível na posição do passageiro dianteiro, enquanto a fileira traseira pode ter não só o encosto lombar rebatido para baixo (de modo bipartido, em 60:40), como também o assento para cima, criando um vão para cargas naquela porção da cabine.
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Espaço interno
Entre-eixos maior deve dar até mais espaço para as pernas na cabine do City hatch...
Outro grande trunfo do Fit era ser um veículo compacto, mas com excelente espaço interno. O estilo monovolume permitia isso, através de um balanço dianteiro bem curto casado com uma distância entre eixos generosa.
...Mas a combinação de espaço na cabine com o volume do porta-malas e a visibilidade do monovolume Fit devem seguir inigualáveis
O balanço frontal extremamente curto não será possível replicar no City hatch, que, aliás, parece ter um “bico” bem proeminente à frente das rodas dianteiras. O entre-eixos, pelo menos, crescerá de 2,53 metros para 2,59 m, o que é um bom prenúncio. Mas não podemos esperar por um porta-malas tão generoso assim.
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Agilidade
Fit sempre foi um carro ágil para uso na cidade. Será que o City hatch terá esse mesmo predicado?
O Fit nunca foi grande referência em desempenho, mas sempre se estabeleceu como um carro ágil e com bom nível de fôlego para uso na cidade. Manobrá-lo é muito fácil, por conta dos balanços curtinhos, e suas acelerações e retomadas sempre se mostraram satisfatórias.
O City hatch terá, ao que tudo indica, um motor 1.5 quatro-cilindros 16V aspirado flex com injeção direta de combustível e sistema VTEC, que promove a variação inteligente nos comandos de válvula. A potência ficará perto de 130 cv e o torque, próximo a 16 kgfm.
Por isso, e também por ser um hatch ligeiramente mais baixo e aerodinâmico, O City hatch deverá ser ainda mais esperto e econômico do que o antecessor. A ver, porém, como será sua capacidade de manobra, seu nível de visibilidade e o nível de conforto das suspensões, ponto que sempre foi um dos mais fracos do Fit.
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Confiabilidade
Terá o novo City hatch o mesmo nível de confiabilidade mecânica que o Fit sempre teve?
Fãs de carro costumam brincar que só compra um Honda Fit quem não gosta de automóveis. Afinal, o objetivo desses clientes é ter um veículo com o qual vai interagir o mínimo possível, sem se preocupar com qualquer tipo de manutenção fora as revisões programadas.
Se esse tipo de interação pode ser frustrante para lasanheiros de plantão, tudo que um cliente habitual da Honda quer é que o City hatch mantenha esse padrão de um carro confiável, que quase nunca dá problema e do qual só se lembra da existência na hora de se deslocar.
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Jornalista Automotivo