Avaliação: Suzuki Jimny Sierra ganha motor 1.5 e câmbio automático
O Suzuki Jimny Sierra incorporou o verdadeiro SUV, capaz de encarar os terrenos mais extremos. A equipe de engenharia da Suzuki trabalhou para extrair o melhor desempenho off-road do modelo. O jipinho teve os ângulos otimizados, chassi reforçado e ganhou sistemas para melhorar sua performance em qualquer terreno. O Jimny também ganhou motor mais potente, câmbio automático e manteve o peso. E a tração 4x4 está melhor do que nunca, fazendo o modelo chegar a qualquer lugar e sair de qualquer situação adversa sem grandes dificuldades.
O SUV virá importado do Japão e será comercializado em três versões: 4 You Manual 4x4 de R$ 103.990, 4 You Automático 4x4 de 111.990 e 4 Style Automático 4x4 de 122.990. As três configurações compartilham basicamente o mesmo conjunto mecânico, com exceção da caixa de câmbio. O que as diferenciam são os itens de série e alguns elementos do design.
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Suzuki Jimny Sierra teve o design inspirado nas gerações anteriores
O visual do Suzuki Jimny Sierra tem toques modernos e retros, dando ao carro uma personalidade estética singular. As linhas quadradas da carroceria trazem modernidade ao modelo, sem tirar sua identidade. Aliás, o design da nova geração resgata vários itens icônicos que fizeram parte das gerações anteriores, reforçando elementos característicos do SUV. A grade com barras na vertical, os faróis redondos, os retrovisores externos quadrados, a abertura lateral da tampa do porta-malas e o estepe externo, são alguns itens que fizeram parte do Jimny em algum momento e agora estão reunidos na quarta geração.
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Todas as versões do Jimny Sierra têm rodas em liga leve aro 15 com pneus ATR 195/80 e molduras pretas nas caixas de rodas. Mas só a versão topo de linha tem maçanetas na cor da carroceria, espelhos em preto brilhante e faróis em LED. As outras configurações têm maçanetas e espelhos na cor preto fosco, e faróis halógenos. O modelo tem 8 opções de cores: amarelo, azul, bege, preto, branco, cinza, prata e verde. Todas com opção de teto na cor preta.
O interior do carro é limpo, o esperado de um compacto para fora da estrada. O modelo também não conta com muitos itens, os itens mais requintados do interior da versão topo de linha incluem central multimídia de 8 polegadas da marca JBL e ar-condicionado digital, este é manual nas outras duas configurações. Os bancos estão um pouco maiores e são em tecidos em todas versões. Os detalhes em couro ficaram só para o volante mesmo.
Compacto, mas confortável
O SUV continua no grupo dos compactos, mas ganhou alguns mm nesta geração. O modelo tem 3645 mm de comprimento, 2250 mm de entre eixos, 1645 mm de largura e 1725 mm de altura. Apesar de pequeno, é muito bem acertado, deixando os passageiros com um espaço confortável, até para o passageiro que vai atrás. Só para constar, os dois bancos traseiros têm isofix, mas este já é um item presente no modelo da terceira geração.
O ponto fraco é o espaço para objetos, que é praticamente inexistente. No porta-luvas cabe um cartão e no porta treco da porta um celular. Ainda bem que o ser humano aprendeu a viver usando só com estes itens, pois se precisasse levar outras coisas teria que colocar no porta-malas de 85 litros, mas aí ficaria sem espaço para uma das mochilas, pois é só isso que cabe lá.
Ficha técnica de todas as versões aqui
Entretanto, falar do bagageiro do Jimny é um ponto polêmico. Pois ao mesmo tempo que há a reclamação por falta de espaço, é preciso lembrar que a finalidade do modelo não é ter um porta-malas padrão de um carro compacto, até porque normalmente quem escolhe um Jimny pensa em viajar só com mais um acompanhante e rebate os bancos traseiros, ganhando mais 292 litros. Dá para colocar as bagagens e caberia até os sacos de dormir, mas talvez você não preciso, pois os bancos dianteiros podem ser rebatidos até 180º graus, virando uma cama para os aventureiros.
Desempenho do verdadeiro fora de estrada
A quarta geração do Suzuki Jimny deu lugar a uma motorização mais potente, deixando o propulsor 1.3 de 85 cavalos e 11,2 kgfm de torque na terceira geração, para dar lugar ao motor 1.5 de 108 cavalos e 14,1 kgfm de torque. O motor 1.5 que será usado em todas as versões do Sierra, estreou em 2018 no Suzuki Ertiga, modelo comercializado pela marca na Índia.
Mas é o peso do modelo que deixa o fato do jipinho ter ganhado um motor mais forte interessante. Isso porque o modelo manteve praticamente o mesmo peso, o que contribuiu para melhorar a relação peso/potência, que passou de 12,8 kg/cv para 10,1 kg/cv. Mas o modelo não está melhor só em relação a sua geração anterior, isso já é o esperado quando um carro muda de geração. O Jimny Sierra é a personificação do verdadeiro Sport Utility Vehicle (SUV), que encara qualquer tipo de terreno e o que vier pela frente.
Nem sempre quem ganha uma luta é o atleta mais robusto e de semblante franzido. As vezes a vitória é do lutador um pouco menos corpulento, mas que estudou o adversário minuciosamente para vencê-lo não pela força, mas pela desenvoltura engenhosa. No mundo automotivo ele se chama Suzuki Jimny Sierra.
Os engenheiros da fabricante japonesa passaram por alguns desafios para que a quarta geração do Jimny viesse ao mundo, um deles era deixar o carro mais resistente, seria simples se a principal condição não fosse aumentar a resistência, sem aumentar o peso. O desafio foi dado e alcançado, o chassi ganhou mais três travessas, deixando-o 50% mais rígido e a equipe trabalhou em outros pontos para que o peso permanecesse o mesmo.
Os ângulos também foram otimizados. O Jimny Sierra conta com ângulo de ataque de 37º, ângulo de transposição de 28º e ângulo de saída de 49º. Quer um exemplo do quanto estes ângulos são bons? O Land Rover Defender 2020 tem 38º 28º e 40º, respectivamente. A diferença do ângulo de saída é suficiente para que o Jimny apresente uma melhor performance diante de obstáculos traseiros do que um Land Rover.
Além de compartilharem o mesmo motor, as três versões do Jimny são 4x4 com o sistema AllGrip Pro, que engloba controle de estabilidade, tração e o bloqueio de diferencial, permitindo também selecionar as configurações 4x2 e 4x4 reduzida. A única diferença mecânica entre as versões é a transmissão.
Outra novidade do modelo é o câmbio automático, da marca Aisin e tem apenas quatro velocidades. A primeira e a segunda marcha são curtas, o que resulta em uma troca rápida. Já o tempo de mudança é mais longo da segunda para a terceira e da terceira para a quarta. E não há a opção de fazer a troca manualmente pela própria manopla do câmbio, o modelo também não tem aletas atrás do volante. Mas mesmo com motor 1.5 e câmbio automático de quatro velocidades, ele ainda é mais esperto que o Jeep Renegade 1.8 com câmbio automático de seis velocidades.
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O câmbio automático era um dos itens mais aguardado pelos consumidores do jipinho, segundo a Suzuki. Mas ainda há também quem conteste um SUV raiz com transmissão automática. Só há uma forma de saber se aposta da fabricante japonesa foi assertiva ou não: testando.
Como é dirigir o Suzuki Jimny Sierra?
Rodamos com o Suzuki Jimny Sierra 4 Style automático na cidade, na estrada e em uma trilha. Na cidade o modelo responde bem e a transmissão automática cai bem no trânsito cotidiano de São Paulo. Alguns minutos no congestionamento somado a mais alguns faróis foi suficiente para constatar o quanto o jipinho japonês chama atenção. O modelo já atrai olhares pelo design em si, mas agora imagine ele na cor amarelo kinetic, alguns motoristas davam até uma olhada para trás enquanto dirigiam só para dar mais uma espiadinha do pequeno Jimny Sierra.
Na estrada, o motor 1.5 é páreo para muito motor 1.8 usado em alguns SUVs. O ponto que gera um pouco de incomodo são as trocas de marcha quando se está atingindo velocidades mais altas. O modelo é esperto nas ultrapassagens e ao pisar mais fundo no acelerador, o carro responde em um tempo que pode ser considerado bom.
Mas onde o Suzuki Jimny Sierra realmente se destaca é no chão de terra, afinal, este é o lugar dele. A combinação de motor e câmbio automático foi assertiva para situações off-road. Principalmente, em trilhas mais pesadas, onde se fica muito em primeira e segunda marcha. O modelo também tem sistemas que melhoram sua performance em situações quase extremas.
O jipinho sobe morros bem inclinados sem mostrar esforço. Em descidas íngremes o modelo passa segurança e se o motorista quiser se concentrar apenas em guiar o carro, basta acionar o assistente de descida (Hill descend) e selecionar modo 4WD-L (tração 4x4 reduzida), que não é preciso sequer pisar no freio, pois o SUV mantém uma velocidade de 5 km/h, o recomendado para um declive em estrada de terra em que o carro já não está mais na posição horizontal.
Todas as versões do Jimny Sierra também contam com AllGrip Pro (bloqueio de diferencial próprio da Suzuki) com função LSD. Em situações em que até duas rodas na diagonal perdem o contanto com o solo, a função LSD detecta automaticamente as rodas que permanecem em contato com o piso e transfere o torque para elas, dando ao carro a performance off-road necessária para que ele consiga sair rapidamente do obstáculo.
No geral, o Suzuki Jimny Sierra é um SUV capaz de te levar a qualquer lugar. Mas ele conta com limitações evidentes em estradas de asfalto. Ou seja, se você mora na cidade e vai de Jimny Sierra desbravar uma trilha, lembre-se que antes terá que pegar uma rodovia. Mas se uma troca de marcha longa não for um problema para você, saiba que quando você chegar no chão de terra terá um SUV digno de encarar as aventuras mais extremas com você.
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Nota A pelo Inmetro
A Suzuki não tem apostado mais em motores a diesel, a marca também não quis investir em uma motorização flex, optando por um propoulsor 1.5 movido a gasolina. A autonomia do Jimny Sierra seja na versão manual ou automática é de 10,2 km/litro na cidade e 10,1 km/litro na estrada. Segundo a marca, o modelo recebeu nota A do Inmetro na Classificação PBE Relativa da Categoria.
Outro ponto interessante em relação ao consumo, é que a geração anterior do Jimny, tem motor 1.3 e faz 10,3 km/litro na cidade e 10,4 km/litro na estrada. O Jimny Sierra, além de estar com uma motorização mais potente, ainda continua praticamente com a mesma autonomia.
Novos sistemas de segurança
As três versões contam com praticamente os mesmos itens de segurança, mas a maioria é inédita no SUV, como Brake Overide Systen, controle de estabilidade, assistente de partida em rampa, assistente de descida. O modelo também conta com barra de proteção de impactos laterais, além dos obrigatórios airbags frontais, freios com ABS e isofix. Na versão topo de linha 4 Style é adicionado: acendimento automático dos faróis, ar-condicionado digital, controle cruzeiro, nivelamento dos faróis manual, brake assist, imobilizador e câmera de ré.
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A faculdade me fez jornalista, a vida me fez aficionada por carros esportivos e adrenalina. Unindo paixão e profissão, realizo a missão de conectar pessoas com o universo automotivo, mas confesso que já tentei pilotar um kart e não deu muito certo.