Por que o Citröen C3 Aircross ainda não deslanchou nas vendas?

SUV com versões de cinco e sete lugares emplacou pouco mais de 2 mil unidades em quatro meses

Diego Dias
Por
07.05.2024 às 21:27 • Atualizado em 12.11.2024

O mercado de carros de sete lugares cresceu no Brasil desde a chegada do Citroën C3 Aircross, que foi lançado no final do ano passado. O novo SUV veio para brigar diretamente com a Chevrolet Spin, minivan consolidada no mercado, enquanto a Citroën se aventura pela primeira vez com um veículo deste tipo produzido no Brasil.

Porém vale lembrar que o C3 Aircross 7, sua configuração de sete lugares, está à venda desde fevereiro deste ano, mas a venda de todas as versões é catalogada no ranking da Fenabrave como um modelo só, como é padrão geralmente. Passados poucos mais de cinco meses de seu lançamento, fica a questão: por que o Citroën C3 Aircross ainda não embalou nas vendas?

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Citroën C3 Aircross – versões

Atualmente o C3 Aircross é comercializado no Brasil em seis diferentes versões, sendo três com 5 lugares e as outras três com 7 lugares. Veja abaixo:

  • C3 Aircross Feel Turbo: R$ 112.990
  • C3 Aircross Feel Pack Turbo: R$ 119.990
  • C3 Aircross 7 Feel Turbo (sete lugares): R$ 120.990
  • C3 Aircross 7 Feel Pack Turbom (sete lugares): R$ 127.990
  • C3 Aircross Shine Turbo: R$ 128.590
  • C3 Aircross 7 Shine Turbo (sete lugares): R$ 136.590

Com base na plataforma CMP, o Aircross se destaca pelo porte e bom aproveitamento de espaço interno, sem contar o motor 1.0 turbo usado também pela Fiat e Peugeot, que entrega bons 130 cv e 20,4 kgfm de torque e trabalha com um câmbio automático CVT com simulação de sete marchas. A Citroën foi feliz também em diferenciar o visual do C3 Aircross do hatch C3 - que tem proposta bem mais modesta, seja em acabamento ou itens de série.

É verdade que o SUV traz características próprias como o painel digital e o maior espaço entre-eixos, mas ainda parece não ter caído no gosto popular. Na contabilização de vendas entre janeiro e abril deste ano, o C3 Aircross emplacou o total de 2.053 unidades.

Para efeito de comparação, a Chevrolet Spin, sua rival direta, vendeu 4.633 carros, nada menos do que o dobro e isso com um carro que ganhou uma grande atualização no final de março. Somente em abril a Spin vendeu 2.321 unidades, mais que o total de C3 Aircross emplacados no ano. Veja abaixo as vendas do C3 Aircross desde janeiro.

Citroën C3 Aircross - vendas até abril 2024

  • Janeiro: 19 unidades
  • Fevereiro: 204 unidades
  • Março: 710 unidades
  • Abril: 1.120 unidades

É importante pontuar que o C3 Aircross ainda é um modelo novo no mercado brasileiro. Embora no passado tenha se vendido um modelo com o mesmo nome (de 2010 a 2020), o antigo C3 Aircross tinha ares de monovolume e estilo mais “diferentão”, enquanto o novo tem desenho mais robusto e próximo ao de SUVs. Portanto, é esperado que aos poucos o modelo acabe caindo no gosto do consumidor, mas existe outra possibilidade para os números ainda tímidos.

Atualmente a Citroën conta com três veículos de passeio oferecidos no Brasil: C3, C3 Aircross e C4 Cactus – este último o que está mais tempo à venda por aqui e que segurou a bronca sozinho por quase dois anos. Vale dizer que os três são produzidos na fábrica da Stellantis em Porto Real (RJ) e se revezam numa linha de produção mais enxuta na planta fluminense.

Além disso existe outro ponto: o desempenho do novo C3 Aircross está ligado diretamente a capacidade de vendas da rede de concessionárias da marca, que hoje está limitada em 182 lojas no país. Para efeito de comparação, a Chevrolet tem nada menos do que 600 concessionárias no Brasil. Fica mais fácil entender agora como a Spin obtém melhor liquidez nas revendas, sem contar o fato de ser a queridinha de taxistas e frotistas.

Agora é aguardar se o C3 Aircross conquistará seu espaço daqui a alguns meses pois, embora tenha vendido somente 2.053 unidades em quatro meses, abril foi seu melhor mês e pode indicar um crescimento progressivo. Serve de alento também que o público final está comprando o SUV francês, já que 64% de suas vendas no período foram no  varejo.

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Entusiasta de carros desde criança, achou no jornalismo uma forma de combinar paixão e profissão. É jornalista formado pela faculdade FIAM-FAAM e atua no setor automotivo desde 2014, com passagens por Auto+, Quatro Rodas e Motor1 Brasil.

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