Ram Rampage tem linha de montagem inaugurada pelo presidente Lula
Após ter seu nome e visual revelados no início desta semana, a Ram Rampage teve sua linha de montagem oficialmente inaugurada nesta terça-feira (6). O responsável por dar início à fase de produção em série da picape compacta-média em Goiana (PE) foi ninguém menos que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com presença da primeira-dama, Janja Lula da Silva, do presidente da Stellantis na América do Sul, Antonio Filosa, da governadora do Estado de Pernambuco, Raquel Lyra, além de outros políticos e executivos, o atual chefe do Executivo brasileiro levantou o pano para desvelar a Rampage e marcar o seu SOP (start of production).
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Fábrica de populares ou de luxo?
Curiosamente, foi o próprio Lula quem participou da cerimônia de assinatura do protocolo de intenções da fabricante, à época apenas Fiat, para instalar uma fábrica na Região Nordeste do Brasil. Isso aconteceu no final do seu segundo mandato, em 14 de dezembro de 2010.
O local escolhido, à época, era o complexo industrial portuário de Suape, com um investimento anunciado na época de R$ 3 bilhões. A Fiat, que sequer havia se associado formalmente à Chrysler, prometia produzir modelos populares de baixo custo no local, inclusive um produto inédito que seria “pensado especialmente a consumidores do Nordeste”.
Após a saída de Lula, a entrada de Dilma Rousseff na presidência e a criação da FCA (atual Stellantis, após fusão com a PSA), a montadora mudou totalmente os planos: trocou Suape por Goiana, em um terreno com o triplo do tamanho doado pelo governo local, e decidiu fazer com que a fábrica fosse oficialmente da Jeep, e não da Fiat.
Em sua inauguração, em 2015, Goiana passou a produzir o SUV compacto Renegade. Apenas o segundo produto advindo de lá é Fiat, no caso a picape Toro, justamente o modelo usado como base para criação da Ram Rampage. Depois, vieram outros dois Jeep: Compass e Commander.
Agora, a Ram Rampage será o quinto produto a sair do complexo, com pré-venda prevista para a segunda quinzena deste mês e chegada às lojas programada para agosto. Comercializada em quatro versões – Laramie, Bighorn, Rebel e R/T –, e com duas opções de grade, ela deve custar entre R$ 250.000 e R$ 300.000.
Como será a Ram Rampage
A silhueta é muito parecida com a da própria Fiat Toro, de quem a caçula entre as Ram herdará não só a plataforma Small Wide 4x4, como também colunas A e B, para-brisa, suspensões (dianteira McPherson e traseira B-Link), caixas de roda frontais e freios dianteiros a disco.
Já os freios traseiros serão a disco, ante os tambores traseiros da Toro. Além disso, a Rampage terá muitos elementos próprios de estamparia e estilização, como capô, portas laterais (as dianteiras, herdadas do Jeep Commander), para-lamas e toda a carroceria da coluna B para trás. Molas e amortecedores mais robustos ajudarão a dar a ela uma maior altura geral e em relação ao solo.
Quatro versões, duas grades
Confirmando as previsões, a Ram Rampage terá dois estilos diferentes de grade, aos moldes das primas maiores 1500 Rebel e Limited: uma em filetes horizontais cromados e outra em preto fosco, com um “bigode” proeminente. Esta é a que aparece em sua primeira imagem oficial, em uma das quatro versões previstas: a Rebel. As demais são Bighorn, Laramie e R/T.
O mais recente flagra da Rampage exibe a caçamba quase por inteira. O volume do compartimento surpreendeu os seguidores da página por ser aparentemente tão acanhado quanto o da irmã Toro.
Como o comprimento da Rampage será maior, a solução pode significar a priorização do espaço interno da cabine. Afinal, uma de suas principais missões é ser uma picape mais palatável em uso urbano. Como consolo, serve o fato de ela contar com protetor de caçamba, item de série que a rival Maverick esqueceu.
Que motores terá a Ram Rampage
Todavia, ela terá capacidade de carga de 1 tonelada na versão 2.0 MultiJet turbodiesel de 170 cv de potência e 38,7 kgfm de torque, mesma calibração adotada pelo Jeep Commander. Afinal, é o mínimo que a legislação brasileira exige para permitir que uma caminhonete seja movida a diesel em nossas ruas.
Já a configuração 2.0 Hurricane, que deve beber apenas gasolina, chegando a quase 270 cv de potência e mais de 40 kgfm de torque, tende a entregar uma capacidade na faixa entre 600 e 700 kg. A promessa, aqui, é de uma capacidade de reboque mais generosa.
Com o câmbio automático de nove marchas da ZF e sistema de transmissão herdado das irmãs de plataforma Small Wide 4x4, a Rampage oferecerá tração 4x4 em todas as versões, incluindo reduzida (na primeira marcha) e opção de bloqueio de diferencial, inexistente na Toro e presente nos Jeep Compass e Commander.
Os equipamentos da Ram Rampage
Outro detalhe curioso está nas lanternas de LED com um singelo easter egg, um desenho no miolo da peça lembra a bandeira dos Estados Unidos, país de origem da marca Ram. Qualquer similitude com a BMW, que projeta a bandeira do Reino Unido na família Mini, não parece ser mera coincidência.
Os faróis serão full-LED com projetores e ajuste de altura do facho. Por dentro, volante e quadro de instrumentos digital herdado dos Jeep Compass e Commander, console central elevado com freio de estacionamento eletrônico e seletor giratório de marchas, além de central multimídia flutuante horizontal em tela tátil de 12 polegadas.
O acabamento terá muito couro e até alcântara, enquanto a configuração de cabine será sempre dupla. Na comparação com a Toro, a Rampage deverá crescer alguns centímetros em todas as dimensões, ainda que ficando com porte abaixo de picapes médias sobre chassi, como a Toyota Hilux.
Jornalista Automotivo